História da Geomorfologia no Brasil
Fichamento do Texto: Introdução
"Atualmente, o cenário internacional referente à produção da Geografia Física e em especial a produção da geomorfologia, vem merecendo um amplo debate sobre a situação da geomorfologia na geografia e suas relações com as ciências humanas e naturais. O que fica evidente é a enorme necessidade de se realizar estudos sobre a constituição histórica e epistemológica da geomorfologia, o que irá auxiliar na redefinição dos cursos de geografia e no próprio sentido de se fazer geomorfologia no contexto da Ciência Geográfica. "
De acordo com os autores, a estruturação cientifica da geomorfologia no Brasil deve-se a dois marcos importantes na década de 1930:
- Criação e Institucionalização de diversas universidades, em especial, a USP
- Criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE em 1937
Especificamente, quanto a compreensão das superfícies erosivas no sudeste brasileiro, houveram duas grandes correntes epistemológicas:
- A Teoria do Ciclo Geográfico de Erosão elaborado pelo estadunidense Davis em 1899. Paradigma dominante entre 1930 e 1950
- A Teoria da Pediplanação elaborado pelo geomorfólogo sul-africano Lester King em 1956
A partir de 1950 diversas mudanças aconteceram: os conhecimentos de sedimentologia e estatigrafia passam a auxiliar os estudos de geomorfologia, bem como os estudos sobre paleoclima e a possibilidade de associar as evidências das variações climáticas com os sedimentos continentais; utilização das fotografias aéreas. É nesse contexto em que a geomorfologia no Brasil entra em contato com a teoria da Pediplanação, dando inicio a um processo de transição da pesquisa geomorfológica. Assim, entre 1950 e 1957 são realizado diversos estudos regionais com procupações genéticas realizados principalmente por Fernando Flávio Marques de Almeida e Aziz Ab'Saber.
Em 1964, Bigarella publica um estudo no qual " pela primeira vez no Brasil será demostrada a validade da teoria da biostasia e da resistasia para explicar a evolução do relevo brasileiro."
Esse é o momento em que será estruturada sob o ponto de vista da
geomorfologia a Teoria dos Refúgios e Redutos Florestais por Aziz em 1979, e ao mesmo tempo a criação dos domínios morfoclimáticos do Brasil (Ab’Saber, 1967), a partir de uma associação entre as formulações de Tricart e de Cholley com a sua noção de sistemas de erosão, mais as reflexões de Kullmann,
Monbeig e Aroldo de Azevedo.
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