PRISÕES DE SEGURANÇA MÁXIMA NO BRASIL
PRISÕES DE SEGURANÇA MÁXIMA NO BRASIL
Os Presidios Federais são modelos de prisões de segurança maxima, inspirados nas prisões estadunidense cuja a base de funcionamento é vigilancia intensiva e reclusão individual para isolamento de lideranças de crime organizado.
O Sistema Penitenciário Federal, que dirige esses estabelecimentos
prisionais, é um órgão do Departamento Penitenciário Federal,
subordinado ao Ministério da Justiça.
Em 2006 essas unidades prisionais começaram a ser implantadas no Brasil, Com capacidade de 208 presos.
A primeira unidade construida foi a de Catanduvas no Paraná.
A segunda Unidade foi a de Campo Grande, MT
A terceira unidade a de Porto Velho, RO
A quarta unidade foi a de Mossoró, RN
A quarta unidade foi construida em Brasilia em 2017
Nessas penitenciarias seguem o Regime Diferenciado de Disciplina RDD, este teve sua origem no Estado de São Paulo, por meio da Resolução 26/2001 da
Secretaria de Administração Penitenciária, prevendo a possibilidade de
isolar o preso por até 360 dias e aplicava-se aos líderes de facções
criminosas ou portadores de comportamentos inadequados.
O RDD surge como a resposta mais uma vez punitiva do Estado contra o problema do caos do sistema penitenciario basileiro, agravado após a década de 1990. Nesse periodo o país passava pelo processo de redemocratização, garantindo o retorno dos direitos politicos aos cidadãos privados dos mesmo durante os longos anos de ditadura militar [esses direitos politicos estão expressos nas eleições livre e regulares, livre organização de partidos politicos, fim da censura da imprensa]; ao mesmo tempo aumentava consideravelmente a violencia civil e de aparatos do Estado, bem como o número da população carcerária. Como explica a professora Caldeira:
Em outras palavras, no Brasil, a democracia política não trouxe consigo o respeito pelos direitos, pela justiça e pela vida humana, mas, sim, exatamente os seus opostos. Nesse contexto, o crime não só expressa e articula outros processos negativos de mudança, mas também representa os limites e desafios da democratização brasileira.
Em fevereiro de 2001 ocorreu a primeira megarrebelião registrada na historia do país , coordenada pelo PCC, atingindo 29 unidades prisionais da região metropolitana de São Paulo e interior, em protestos contra as condições prisionais, e a transferencia de presos. Em maio do mesmo ano o governo do Estado edita a Resolução 26/2001 regulamentando o RDD e recrudescendo o controle disciplinar carcerário.
Em dezembro de 2003, a Câmara dos Deputados transformou o projeto 5.073/01 encaminhado em 2002 pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que visava universalizar o regime diferenciado via lei federal alterando dispositivos da Lei de Execução Penal (LEP – nº. 7.210/84) e do Código de Processo Penal (CPP), na Lei 10.792, instituindo o Regime Disciplinar Diferenciado.
Os presidios federais construidos a partir de 2006 seguem essa mesma lógica do Estado Penal, aprofundando a aplicação da RDD. Em Quatrocentos Contra Um, William da Silva Lima conta seu relato de uma vida de encarceiramento, passou por diversas prisões, foi enquadrado na LSN durante a ditadura militar, viveu na cladestinidade, e desenvolvei uma inteligencia critica sobre a realidade das prisões enquanto instituição social. Em seu livro mais do que falar sobre a origem do CV, ele denuncia os crimes cometidos pelo Estado contra a dignidade da pessoa humana, e demostra mais uma vez o quão falido é nosso sistema penitenciario atual.
A prisão é uma péssima escola, venho, através de cinco décadas (60, 70, 80, 90,00) observando o desperdício de verbas públicas gastas em penitenciárias construídas
para a tortura; são térmicas, no inverno congela, no calor é a morte. Sempre utilizam o mesmo método de segregação ociosa: poucos estudam, poucos trabalham. A falta de sensibilidade daqueles que comandam os destinos do país em ouvir a voz das prisões faz com que rebeliões pipoquem país afora, somos quase meio milhão de encarcerados e foragidos, muitos tentando a duras penas sobreviver, não permitindo a marginalização das suas famílias, se jogando às feras para que seus filhos não engrossem o batalhão de jovens sem futuro que passam seus dias a envelhecerem nas prisões sem perspectiva de nada, ficam no vácuo do tempo a espera do que não sabem.
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