Geografia do Narcotrafico em Belem
Resumo do TEXTO:
Do Global ao Local: A geografia do narcotráfico na periferia de Belém
Escala Global/Regional
A expansão do crime organizado na Amazonia brasileira nas ultimas decadas destaca o papel que essa regiao possui no comercio internacional de drogas, não apenas como area de transito, mas também como mercado consumidor. A estrategia de defesa brasileira com a implantação do Projeto Calha Norte (1986) e do Projeto SIVAN-SIPAM (2001) não foi suficiente para amenizar os conflitos e eliminar as atividades ilegais que explodem ao longo da fronteira. As atividades ilegais de biopirataria, contrabando de ouro e diamante, grilagem de terras, e desmatamento ilegal soma-se a o narcotráfico e põe em cheque a soberania do Estado.
Em 1994 na conferencia da ONU sobre crime organizado, estimou-se que o comercio de drogas atingiu um valor maior do que as atividades comerciais envolvendo o petróleo. Entre 2006 e 2008 houve aumento na produção de coca no Peru, na Bolivia e na Colombia. Ao analisar o papel da Amazonia em escala global do trafico de drogas e destacando os principais corredores de transporte do complexo coca-cocaina, o rio Amazonas configura-se como destaque por ser meio de ligação entre o Atlantico e o Pacifico. No entando existem sistemas multimodais de transporte como estradas terrestres e transporte aéreo.
Contudo, desde a criação do projeto SIVAM os narcotraficantes intensificaram a utilização do transporte maritimo. Assim, a organização do tráfico de drogas na região da Amazonia Brasileira se dá da seguinte maneira: nas cidades que lidam com varejo o narcotrafico é caracterizdo como territorialidade descontínua ou em rede:
A incorporação da area do Tucunduba as redes ilegais do narcotráfico se deu por várias razões: a ligação do o rio Guamá que facilita o transporte de droga que vem de Abeatetuba ou Santarém,, a organização espacial favelada, mercado consumidor já que Guamá é o bairro mais populoso.
(Guará)(http://www.diarioonline.com.br/noticias/para/noticia-383021-guama-bairro-mais-populoso-de-belem.html)
(Terra Firme) (http://cleberrabelovereador.blogspot.com.br/2013/02/cleber-vai-terra-firme-divulgar.html)
A organização espacial do narcotrafico nos bairros já referidos se articula de duas maneiras, representando uma forma de compreender a dinamica economica, politica e simbolica:
1) Territorios-zona: territorios fechados e sujeitos a disputas territoriais pela venda de drogas por diferentes grupos
2)Territorios-rede: territorios abertos struturados em pontos de distribuição e controle dos fluxos de drogas na cidade. Assim as redes ilegais organizam e estruturam o território, e para isso é condição a fragmentação socioespacial, a precária atuação do Estado, a exclusão social, e o desemprego crescente. Uma vez que a participação da atividade é oportunidade de inclusão na sociedade de consumo, de uma integração perversa.
Do Global ao Local: A geografia do narcotráfico na periferia de Belém
Escala Global/Regional
A expansão do crime organizado na Amazonia brasileira nas ultimas decadas destaca o papel que essa regiao possui no comercio internacional de drogas, não apenas como area de transito, mas também como mercado consumidor. A estrategia de defesa brasileira com a implantação do Projeto Calha Norte (1986) e do Projeto SIVAN-SIPAM (2001) não foi suficiente para amenizar os conflitos e eliminar as atividades ilegais que explodem ao longo da fronteira. As atividades ilegais de biopirataria, contrabando de ouro e diamante, grilagem de terras, e desmatamento ilegal soma-se a o narcotráfico e põe em cheque a soberania do Estado.
Em 1994 na conferencia da ONU sobre crime organizado, estimou-se que o comercio de drogas atingiu um valor maior do que as atividades comerciais envolvendo o petróleo. Entre 2006 e 2008 houve aumento na produção de coca no Peru, na Bolivia e na Colombia. Ao analisar o papel da Amazonia em escala global do trafico de drogas e destacando os principais corredores de transporte do complexo coca-cocaina, o rio Amazonas configura-se como destaque por ser meio de ligação entre o Atlantico e o Pacifico. No entando existem sistemas multimodais de transporte como estradas terrestres e transporte aéreo.
Contudo, desde a criação do projeto SIVAM os narcotraficantes intensificaram a utilização do transporte maritimo. Assim, a organização do tráfico de drogas na região da Amazonia Brasileira se dá da seguinte maneira: nas cidades que lidam com varejo o narcotrafico é caracterizdo como territorialidade descontínua ou em rede:
"Essa ideia de territórios descontínuos é uma possibilidade de entender a problemática do tráfico de drogas numa perspectiva que engloba tanto o conceito de território quanto o de rede (SOUZA, 1995, p. 436). Só assim é possível entender a estrutura local do tráfico nas favelas, a relação mais ampla entre chefes do tráfico, a formação dos comandos, a articulação das relações (fluxos) que se dão entre áreas não dominadas (os bairros legais) e que se tornam áreas de influência de determinados pontos de venda (bocas-de-fumo)"
Escala Local
O narcotrafico se territorializou nas periferias de Manaus e de Belem, e o crescimento do narcotrafico nessas duas metrópoles regionais é o reflexo da atuação dessa rede ilegal, na qual as duas cidades sao os principais nós de ligação da rede em escala internacional e regional. O principal destino da cocaina são os mercados consumidores na Europa, Africa, na America do Norte e no sudeste do Brasil. Em Belém, os bairros de Guamá e Terra Firme estão inseridos nessas rede ilegal, e se configuram como area de habitação precaria que surgiram com a urbanização espontanea acelerada, uma vez que o planejamento da cidade negligenciou a periferia e se concentrou em investimentos na area central articulados ao interesse da classe media. Dessa forma, esse modelo de fragmentação socioespacial do espaço urbano tornou-se estrategico para a atuação do narcotráfico na periferia.
Os dois bairros se encontram na area de baixada, isto é, area correspondente a planicie inundável. Foram nas décadas de 1960,1970, 1980 que se deu a evolução urbana em direção as baixadas, causando grande adensamento e problemas relacionados a questão da moradia:
"A bacia do Tucunduba tem localização a sudeste da cidade de Belém e corresponde a um dos afluentes do rio Guamá, possui aproximadamente,1055 Ha, onde 575 Ha estão em áreas de “baixadas”, o que corresponde a 21,02% das áreas de várzea de Belém (segundo dados de 1974 do Departamento Nacional de Obras de Saneamento). Compõem essa bacia 13 canais com 14.175 metros de extensão, dos quais 7.865 metros são retificados. O canal principal da bacia do Tucunduba, onde se encontram as comunidades Riacho Doce e Pantanal, é, para os moradores, o marco divisor entre os bairros do Guamá e Terra Firme, embora a Lei nº 7.806,de 30/07/1996, estabeleça outra delimitação (MARQUES, 2001, p. 69). A área do Tucunduba engloba parte dos bairros do Guamá, Canudos,Marco e Jabatiteua, onde residem cerca de 35 mil famílias, num total subestimado de 175 mil pessoas, ocupando, de modo informal, terrenos de propriedade da UFPA, que correspondem, aproximadamente, a 1/6da área descontínua de Belém, conforme consta no parecer, elaborado pela UFPA"
A incorporação da area do Tucunduba as redes ilegais do narcotráfico se deu por várias razões: a ligação do o rio Guamá que facilita o transporte de droga que vem de Abeatetuba ou Santarém,, a organização espacial favelada, mercado consumidor já que Guamá é o bairro mais populoso.
"Os bairros da Terra Firme e Guamá estão inseridos na relação internacional do narcotráfico por meio das redes que partem dos produtores de coca da comunidade Andina (Bolívia, Colômbia e Peru) e que entram na Amazônia brasileira via Manaus-Abaetetuba ou Manaus-Santarém até a rota Santarém-Belém ou Abaetetuba-Belém, chegando pelo rio Guamá e tendo contato com vários portos precários da cidade, evidentemente tendo contato com a bacia do Tucunduba."
(http://geocartografiadigital.blogspot.com.br/2017/03/as-10-maiores-baixadasfavelas-de-belem.html)
(Terra Firme) (http://cleberrabelovereador.blogspot.com.br/2013/02/cleber-vai-terra-firme-divulgar.html)
A organização espacial do narcotrafico nos bairros já referidos se articula de duas maneiras, representando uma forma de compreender a dinamica economica, politica e simbolica:
1) Territorios-zona: territorios fechados e sujeitos a disputas territoriais pela venda de drogas por diferentes grupos
2)Territorios-rede: territorios abertos struturados em pontos de distribuição e controle dos fluxos de drogas na cidade. Assim as redes ilegais organizam e estruturam o território, e para isso é condição a fragmentação socioespacial, a precária atuação do Estado, a exclusão social, e o desemprego crescente. Uma vez que a participação da atividade é oportunidade de inclusão na sociedade de consumo, de uma integração perversa.
A área do canal do Tucunduba, na divisão entre os dois bairros mais violentos da capital, é influenciada pelas redes ilegais do narcotráfico e dividida em território controlados por grupos de criminosos, o que contribui para que as taxas de homicídios sejam altas nessa área, deixando bem clara a relação entre tráfico de drogas e violência urbana, baseada na lei da periferia conhecida como “deveu, morreu”, uma realidade dos bairros do Guamá e da Terra Firme.
Em torno do igarapé do Tucunduba, pode-se associar a pobreza urbana e a desorganização socioespacial com o tráfico de drogas e com as altas taxas de homicídios. Isso caracteriza os bairros do Guamá e da Terra Firme como os mais violentos de Belém. É nesse sentido que se torna relevante levantar a questão sobre a criminalidade na periferia relacionada com o narcotráfico e o poder que as redes ilegais têm de desestruturar o território como legítimo do Estado-Nação.
(http://geocartografiadigital.blogspot.com.br/2014/01/mapeamento-dos-homicidios-nos-bairros.html)
COUTO. A.C de O.Do global ao local:a geografia do narcotráfico na periferia de Belém. Cadernos de segurança Publica. 2012. http://www.isprevista.rj.gov.br/download/Rev20120303.pdf
COUTO. A.C de O.Do global ao local:a geografia do narcotráfico na periferia de Belém. Cadernos de segurança Publica. 2012. http://www.isprevista.rj.gov.br/download/Rev20120303.pdf
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